,

Detalhes Exclusivos do 14-X Revelam Estado Atual da Propulsão Hipersônica Brasileira

O Ministério da Defesa e o Comando da Aeronáutica avançam no desenvolvimento do projeto estratégico Propulsão Hipersônica 14-X (PROPHIPER). O objetivo é demonstrar a viabilidade do voo hipersônico autônomo utilizando propulsão aspirada, por meio de tecnologias desenvolvidas no Brasil.

De acordo com informações obtidas via Lei de Acesso à Informação, o projeto está dividido em quatro etapas principais. Atualmente, questionamentos sobre o cronograma e os próximos testes envolvendo o veículo hipersônico estão em pauta. A expectativa é de que, após o desenvolvimento efetivo do motor hipersônico aspirado, novas aplicações possam ser exploradas, como drones e mísseis de alta velocidade.

Especialistas do Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea acompanham de perto os desdobramentos do projeto, avaliando suas perspectivas para o futuro da defesa nacional. O avanço da tecnologia hipersônica representa um passo importante para a soberania tecnológica do país e seu papel na inovação aeroespacial global.

Funcionamento de um motor Screamjet

O veículo 14-X é um veículo aéreo não tripulado hipersônico que utiliza da tecnologia Scramjet para propulsiona-lo, a tecnologia Screamjet pode ser utilizada em Aeronaves hipersônicas, Mísseis hipersônicos e outras áreas do setor militar, Lançamentos espaciais orbitais, etc.

Outro exemplo do funcionamento de um Screamjet, utilizando outro tipo de geometria de motor, mais parecido com o 14-X

O Motor Screamjet não possui partes móveis, a propulsão é gerada através da geometria do motor e a ignição do combustível ocorre com a onda de choque hipersônica dentro do motor, o que exige que o veículo seja acelerado previamente para que o motor possa ser ligado.

Segundo informações obtidas via lei de acesso a informação os testes do 14-X estão dividido em quatro etapas principais, cada uma focada em diferentes fases dos ensaios em voo dos demonstradores de tecnologia, conforme descrito abaixo:

  • 14-X S: Demonstração em voo balístico da combustão supersônica, fundamental para testar as condições de partida do motor hipersônico em voo.
  • 14-X SP: Demonstração da propulsão hipersônica aspirada em voo balístico, evidenciando a produção de empuxo utilizando o motor SCRAMJET.
  • 14-X W: Teste dos sistemas de guiamento, navegação e controle (GNC) e o uso de materiais avançados durante um voo planado, sem propulsão, na estratosfera, para garantir a estabilidade e controle do veículo.
  • 14-X WP: Demonstração do voo autônomo com propulsão hipersônica aspirada ativa, integrando todos os sistemas e subsistemas no processo.
Comparação entre Screamjet e Turbofan

O 14-XS foi lançado em 14 de dezembro de 2021, onde foi testado na prática se é possível realizar a ignição desse tipo de motor, sendo considerado um sucesso, veja imagens do teste abaixo:

Imagens do teste do 14-XS, impulsionado por um VSB-30 modificado como Veículo Acelerador Hipersônico

Ainda segundo a FAB, o projeto está na fase 14-X SP, onde o motor efetivamente irá propelir um veículo hipersônico de testes, porém, por ser mais pesado que a capacidade máxima do VSB-30, ele precisa de um veículo acelerador hipersônico novo, e nesse caso será usado o R.A.T.O, desenvolvido pela MecJee, ele ganhou o edital da FINEP para o desenvolvimento de um veículo hipersônico, conforme aponta o IEAv, (Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea) o desenvolvimento do RATO é a única coisa que falta para se finalizar essa fase do desenvolvimento do 14-X

Imagem: 14-X em alta altitude

E o futuro? Perguntada sobre os usos civis e militares para o 14-X, a FAB declarou o seguinte:

Após a conclusão do Projeto PROPHIPER, a sociedade brasileira poderá usar a tecnologia hipersônica aspirada para desenvolver diversos novos produtos, mas o maior potencial e objetivo atual do PROPHIPER é desenvolver uma maneira mais eficiente, econômica e segura de acesso ao espaço. A utilização desta tecnologia em futuros lançadores de satélites marcaria uma nova era espacial brasileira uma vez que o motor SCRAMJET se utiliza do oxigênio disponível na atmosfera ao contrário do que é feito atualmente onde o foguete precisa carregar o oxidante. Diversas empresas no mundo, em especial startups australianas e americanas, têm se lançado no mercado para desenvolver um produto similar que possa reduzir o custo e a complexidade para o acesso ao espaço.

FAB, Via Lei de Acesso a Informação

Ainda segundo a FAB:

A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) acreditam na tecnologia hipersônica aspirada, e vêm envidando esforços para garantir o domínio desta tecnologia pelo Brasil. O sucesso do projeto até o momento e as robustas parcerias nacionais e internacionais trazem a confiança necessária para que o projeto siga em frente com toda energia. A conclusão do projeto irá garantir a formação de uma massa crítica de especialistas no país e a capacitação de uma indústria aeroespacial nacional competitiva, de forma a assegurar ganhos socioeconômicos para a sociedade brasileira no médio e longo prazo.

Fonte: Serviço de Informações ao Cidadão – Centro de Comunicação Social da Aeronáutica para a Revista Foguetes Brasileiros Via Lei de Acesso a Informação

Imagens: Wikimedia Commons

Participe da discussão, comente!

Assine Revista Foguetes Brasileiros Gratuitamente

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo receber notificações de novas notícias em seu email