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Imagens feitas pelo satélite brasileiro amazônia-1 mostram a dimensão do desastre no RS

Veículo desenvolvido no Brasil tem foco em pesquisas em desmatamento mas também tem a função de medição de niveis das águas do país

Texto por: SECOM/INPE

Satélite desenvolvido pelo INPE registra área de 160 mil km2 e mostra área inundada nas bacias hidrográficas mais afetadas pelas chuvas

A dimensão da enchente histórica que atingiu o estado Rio Grande do Sul foi registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em uma única imagem. O satélite brasileiro Amazonia 1 capturou, na última segunda-feira (6), uma área equivalente a 57% do território gaúcho. A foto mostra a inundação nas principais bacias hidrográficas atingidas pelas chuvas extremas.

“Em um evento de enchente de grande escala, como é este, o satélite é uma ferramenta essencial porque permite visualizar o global”, explica o pesquisador Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do INPE, Laércio Namikawa. “As imagens de larga escala permitem observar onde estão os maiores danos, permitindo uma resposta mais ordenada do que uma baseada em visão local”, complementa.

O pesquisador é o responsável pelas aquisições de imagens e ponto focal da Carta Internacional Espaço e Grandes Desastres (Disasters Chapter), uma iniciativa que reúne 17 agências espaciais. A colaboração internacional permite que, a partir do registro de um desastre de grande escala, os satélites integrantes da iniciativa sejam direcionados para adquirir imagens que auxiliem nas medidas de resposta a desastres. A ativação para o desastre no Rio Grande do Sul adquiriu mais de 800 imagens e mais de 60 mapas estão disponíveis.

O conjunto de imagens providas por satélite permite verificar a extensão dos danos em áreas plantadas, áreas industriais e residenciais. Nesta quinta-feira (9), por exemplo, os técnicos estavam buscando as localizações de silos de grãos. “Estamos tentando verificar se os silos de arroz foram afetados pelas enchentes”, explicou Namikawa.

O satélite Amazonia 1 está equipado com a câmera de visão larga (sensor WFI) e fica em órbita baixa a cerca de 700 km de distância da Terra. Desenvolvido pelo Brasil para monitorar o desmatamento na Amazônia, o equipamento consegue ‘ver’ uma área de 800km de largura. O sensor desenvolvido no Brasil sob demanda do Inpe está instalado no CBERS 4 e CBERS4A, além do Amazonia 1. De acordo com o satélite, a resolução espacial da câmera pode variar entre 55 e 64 metros. De acordo com Namikawa, câmera com essa capacidade é única no mundo. A frequência de aquisição de imagens varia de três a cinco dias, de acordo com o satélite. CBERS4 e Amazonia 1 registram imagens do Brasil a cada três dias e CBERS 4A a cada cinco dias.

O estado do Rio Grande do Sul tem como área total mais de 281 mil km² e a imagem registrou cerca de 160 mil km². A imagem registrada capturou área de cerca de 400 km de largura, da região de Santa Maria até o litoral gaúcho, e 400 km de altura, abrangendo o Noroeste, acima de Passo Fundo, até a Lagoa dos Patos. A imagem mostra a inundação das principais bacias atingidas pelas cheias, como Jacuí, Caí e Taquari, além dos rios Pardo, dos Sinos e o Guaíba.

As imagens do desastre no Rio Grande do Sul ficam disponíveis para consulta pública neste link. Veja também abaixo os registros de 20 de abril e 6 de maio.

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