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Missão Potiguar Fase 02: IAE confirma nova data de lançamento!

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) segue avançando nos preparativos para a Operação Potiguar Fase 02. O lançamento do Veículo de Sondagem VS-30 já tem data definida, acontecerá no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno em Outubro de 2025. Recentemente, um marco importante foi atingido: a realização do Ensaio Hidráulico do Envelope Motor…

A Operação Potiguar é um ponto na busca pela autonomia do Brasil em experimentos científicos em microgravidade. Dividida em duas fases, essa iniciativa visa qualificar a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), um projeto desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) em parceria com a empresa Orbital Engenharia, com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) deve ser lançada esse ano. No dia 4 de Abril o Instituto de Aeronáutica e Espaço anunciou que o ensaio hidráulico (Quando se enche o motor com agua pressurizada para ver até onde ele aguenta sem romper) do motor do VS-30 foi bem sucedido. (Leia aqui)

Na Fase 1, realizada em 2024, o objetivo foi testar a confiabilidade dos sistemas de rastreio do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). Para isso, um VS-30 foi lançado com carga útil inerte, permitindo que os técnicos avaliassem a infraestrutura do centro e garantissem que todos os sistemas estivessem operacionais para a próxima etapa. Além disso, essa fase marcou a retomada das atividades de lançamento no CLBI, fortalecendo o Complexo Espacial Brasileiro (CEBRA) e abrindo caminho para futuras missões suborbitais.

Outubro de 2025

Janela de Lançamento

Agora, na Fase 2, prevista para outubro de 2025, o foco será a qualificação em voo da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM). Essa plataforma é essencial para experimentos científicos, pois permite um ambiente de microgravidade com qualidade da ordem de 10⁻³ g, além de contar com sistemas de controle de velocidade angular, telemetria para transmissão de dados e um subsistema de recuperação para resgate no mar deve ser lançada esse ano. O sucesso dessa missão garantirá ao Brasil uma PSM 100% nacional, eliminando a dependência da carga útil MicroG, de origem alemã, que era utilizada anteriormente no foguete VSB-30.

A realização da Operação Potiguar Fase 2 não apenas fortalece a capacidade do Brasil em pesquisas espaciais, mas também abre novas oportunidades para a indústria nacional nesse nicho altamente especializado. Com a qualificação da PSM, o país poderá aumentar a frequência de lançamentos suborbitais e expandir sua atuação em experimentos científicos e tecnológicos em condições de imponderabilidade deve ser lançada esse ano. O lançamento do VS-30, transportando a PSM, será um momento crucial para consolidar essa conquista e posicionar o Brasil como um protagonista na pesquisa espacial.

A repetição dos testes da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM) levanta questões sobre os desafios técnicos enfrentados pelo programa espacial brasileiro. Oficialmente, o novo voo busca qualificar definitivamente a plataforma, garantindo que ela cumpra os requisitos necessários para experimentos científicos em microgravidade. No entanto, essa segunda tentativa de certificação pode indicar que o primeiro teste não teve os resultados esperados. Teriam sido identificadas falhas que exigiram ajustes? O desempenho real da PSM ficou abaixo do projetado?

A PSM foi concebida para oferecer uma alternativa nacional à carga útil MicroG, anteriormente utilizada em foguetes de sondagem brasileiros. Porém, seu funcionamento depende de diversos subsistemas, como controle de velocidade angular, transmissão de telemetria e recuperação no mar. Caso um desses componentes tenha apresentado problemas na missão anterior, a necessidade de uma nova qualificação seria inevitável. Fontes dizem que uma possível falha no sistema de recuperação causou a reprovação da PSM na certificação.

Além dos desafios técnicos, o novo teste também carrega um peso estratégico. A reativação do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) para voos suborbitais pode ser uma resposta à crescente demanda por operações no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que busca se consolidar como um polo de lançamentos orbitais. Se a PSM falhou anteriormente, sua certificação na Operação Potiguar Fase 2 se torna ainda mais essencial para o Brasil provar sua capacidade de desenvolver tecnologias espaciais independentes.

Com isso, o programa espacial brasileiro caminha entre ajustes técnicos e estratégicos. O novo teste da PSM é apenas uma correção de rota ou uma tentativa de superar um obstáculo maior do que se imaginava? O sucesso dessa missão definirá se o Brasil avança em sua autonomia espacial ou se ainda enfrenta dificuldades para consolidar suas próprias tecnologias.

Enquanto isso, o Brasil avança na nacionalização de suas tecnologias espaciais, como demonstram a própria PSM e o Veículo Lançador de Microssatélites – Autonomia Tecnológica (VLM-AT). Mais do que um simples aprimoramento técnico, isso pode indicar um distanciamento gradual da parceria com a Alemanha, que por anos esteve envolvida no desenvolvimento dos foguetes de sondagem brasileiros.

O que teria levado a essa mudança? Teriam sido os sucessivos atrasos da Força Aérea Brasileira (FAB) que frustraram os alemães? Ou foi o Brasil que optou por reduzir sua dependência externa? Com essa reorientação estratégica, a Operação Potiguar não se limita apenas a testar uma plataforma, mas pode simbolizar um novo capítulo na autonomia espacial brasileira, e talvez, no fim de uma era de cooperação.

Fonte: Instituto de Aeronáutica e Espaço/Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

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