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Sonda 4

O Sonda IV foi o primeiro projeto espacial brasileiro a ser dividido em fases e a utilizar como ferramenta gerencial o organograma técnico Work Breakdown Structure, tornando possível o controle dos prazos e dos custos, além de permitir a codificação sem ambiguidades das responsabilidades. Na sua fase inicial, foram identificados 24 grandes pacotes de trabalho,…

O Sonda IV foi o primeiro projeto espacial brasileiro a ser dividido em fases e a utilizar como ferramenta gerencial o organograma técnico Work Breakdown Structure, tornando possível o controle dos prazos e dos custos, além de permitir a codificação sem ambiguidades das responsabilidades. Na sua fase inicial, foram identificados 24 grandes pacotes de trabalho, cada um designado a um pesquisador com efetiva capacitação técnica.

Dessa forma, diversas inovações tecnológicas tornaram-se possíveis, entre elas as que propiciaram o desenvolvimento do propulsor S40 do primeiro estágio do foguete. Por ser um propulsor de porte razoável, obrigou a pesquisa de um novo tipo de aço, da classe carbono-cromo-níquel-molibdênio com alto teor de silício e com tratamento para nível de resistência de 200 kgf/mm2.

O programa de desenvolvimento desse aço, designado 300M, envolveu o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e três empresas do ramo de metalurgia: Eletrometal, Usiminas e Acesita. Esse desenvolvimento permitiu não apenas evitar a importação do aço maraging a um custo cinco vezes maior que o de produção do novo aço nacional, mas a possibilidade de exportá-lo, gerando divisas.

Adicionalmente, o porte do novo propulsor de 1 m de diâmetro (que viria a ser adotado como diâmetro dos propulsores do VLS-1) exigiu a implantação da Usina Coronel Abner, onde além de produzir propelente sólido com tecnologia totalmente nacional, é também possível fazer o carregamento de grandes propulsores e ensaiá-los em bancos de prova horizontais com quatro graus de liberdade.

A lista de inovações surgidas com o Sonda IV é longa, merecendo citação do controle do vetor empuxo (pela técnica de injeção secundária de gases na tubeira do primeiro estágio e por tubeira móvel, no segundo), assim como o desenvolvimento de sistemas de pilotagem para controle de atitude. O domínio dessas tecnologias era fundamental, uma vez que o Sonda IV não decolava com o auxílio de uma rampa com trilhos, mas de uma mesa onde ficava apoiado na posição vertical sujeito à ação de ventos transversais.

Com o lançamento de quatro foguetes Sonda IV, foram implantadas as bases necessárias ao início do projeto do veículo lançador brasileiro capaz de colocar satélites em órbita baixa.

O segundo estágio do Sonda 4 é o mesmo motor do primeiro estágio do Sonda 3, usando o que ja foi aprendido e evoluindo para um projeto maior
As dimensões do Sonda 4 em mm

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