Agência Espacial Brasileira participa da Reunião Plenária da ISO 2023 em São José dos Campos

O encontro anual traz especialistas do mundo todo para elaboração e atualização de normas técnicas no setor espacial

Por: Gov.Br/AEB

O encontro anual traz especialistas do mundo todo para elaboração e atualização de normas técnicas no setor espacial

Nesta segunda (29), ocorreu a cerimônia de abertura da Reunião Plenária do Subcomitê ISO/TC 20/SC 14, um encontro anual entre especialistas de todos os grupos técnicos internacionais responsáveis pelas elaborações e atualizações de normas técnicas para o desenvolvimento de projetos espaciais.

International Organization for Standardization (ISO) é uma instituição internacional não governamental, composta por 168 organismos internacionais de normalização. Sua missão é reunir especialistas do mundo todo para compartilhar conhecimentos e desenvolver padrões internacionais cruciais para o mercado. Esses padrões, elaborados de forma voluntária e baseados em consenso, têm como propósito impulsionar a inovação e fornecer soluções para os desafios globais mais prementes.

“A reunião plenária do subcomitê 14 é a primeira realizada presencialmente depois de muitos anos. Durante esse tempo, muitos novos desafios da indústria espacial tornaram-se aparentes, como o voo espacial humano, a exploração espacial em órbita e a futura energia solar espacial. Essa reunião é a nossa primeira oportunidade, em muitos anos, de falar sobre essas questões. A reunião objetiva formular, não respostas, mas as perguntas a que iremos responder nos próximos anos” afirma Frederick Slane, diretor executivo da Space Infrastructure Foundation e presidente da ISO.

Cada nação possui uma instituição equivalente à ISO, incumbida de formular diretrizes nacionais. Seus representantes desempenham um papel ativo nas reuniões técnicas promovidas pela ISO, oferecendo sua expertise nas respectivas áreas de atuação. Em suas considerações iniciais, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Clezio Marcos De Nardin,  incentivou a importância das organizações se reunirem em prol de um objetivo comum: alavancar o setor espacial de seus respectivos países.

“Para nós, do IFI, do DCTA, e da Aeronáutica, é muito importante o Brasil sediar esse tipo de evento internacional, porque isso mostra a relevância do papel que o Brasil desempenha nos setores espacial e aeronáutico. Estamos lado a lado aqui, participando e sediando eventos internacionais. Isso reforça esses nossos laços internos e isso termina alavancando a imagem do Brasil, como um dos principais players do setor aeroespacial, hoje, no mundo”, declarou o diretor do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), Coronel De Brito.

Anualmente, são promovidos encontros entre esses especialistas para verificações, análises, atualizações (principalmente decorrentes de mudanças tecnológicas) e elaborações de normas técnicas aplicadas em todas as fases de desenvolvimento de projetos espaciais. Neste ano, por exemplo, ocorrerá o primeiro encontro do recém-criado WG 8, que trata de voos espaciais com tripulação humana. 

A realização desse evento é um importante passo para a consolidação do Programa de Apoio às Atividades de Normalização e à Qualidade na Área Espacial (QUALIESPAÇO), uma das iniciativas estruturantes do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O QUALIESPAÇO visa a atuar na elaboração de normas técnicas e na promoção da qualidade, da segurança e da confiabilidade dos produtos espaciais brasileiros.

Durante a abertura do evento, o Presidente Carlos Moura ressaltou que o Brasil é um dos poucos países que atuam em todos os segmentos do setor espacial e, nos últimos anos, criou inúmeras oportunidades de cooperação nacional e internacional, como o desenvolvimento do satélite SPORT com a NASA, o primeiro lançamento privado no Espaço Porto de Alcântara e o primeiro satélite de sensoriamento remoto desenvolvido pela iniciativa privada, o VCUB 1.

“O Brasil tem a ambição de se tornar um um forte participante do mercado espacial. E uma das condições para isso, além da segurança jurídica, nós temos padrões estabelecidos, o que vai desde a parte de terminologia, até processos industriais, tudo que nos permita uma integração mais forte do mercado internacional. A ISO reconhece o trabalho que o Brasil faz há mais de três décadas, contribuindo para o trabalho de memorização. Eu tenho certeza que com essa visão que a gente já tem, esse interesse em se agregar melhor, no mercado espacial, nós vamos ter grandes contribuições para essa reunião plenária da ISO”, ressaltou Carlos Moura, Presidente da AEB.

O encontro dos países membros da ISO 2023 acontece entre os dias 29 de maio a 3 de junho nas dependências do Parque Tecnológico de São José dos Campos, onde está localizado o principal cluster da indústria aeroespacial nacional.

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