Fonte: Brazilian Space
O projeto VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), fruto de uma parceria entre Brasil e Alemanha, era um marco para o programa espacial nacional, seria a retomada das atividades espaciais brasileiras após o trágico acidente com o VLS em 2003, mas devido a problemas de orçamento e a crise financeira e má administração da empresa Avibrás, esse projeto foi adiado inúmeras vezes. Mas recentemente foi aprovado pela FINEP de forma obscura e escondida um edital chamado VLM-AT, com intuito de substituir as peças originalmente alemãs por peças Brasileiras, o que é interessante, mas se nem o projeto original está prosseguindo, substituir as peças alemãs, que são as únicas coisas prontas até agora, parece um retrocesso.
FINEP, Restrições de Financiamento e Conflitos de Interesse
Conforme relatado pelo site especializado Brazilian Space (LEIA AQUI), o orçamento de R$ 133 milhões aprovado em novembro de 2024 pela FINEP seria destinado ao Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) para o desenvolvimento de oito novas tecnologias. Essas tecnologias seriam hoje dominadas pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR). No entanto, fontes internas sigilosas do programa espacial denunciam pressões e práticas questionáveis por parte do IAE, que intensificam a polêmica em torno do projeto.
A FINEP, que só pode financiar instituições privadas, enfrenta um impasse. O IAE, por ser um órgão público vinculado à Força Aérea Brasileira, não pode acessar diretamente os recursos. Como resultado, fontes internas afirmam que o IAE tem pressionado empresas privadas com projetos paralelos a assumirem o desenvolvimento do VLM-AT, impondo a incorporação das novas tecnologias em troca de financiamento ou de autorizações críticas.
Chantagens e Ameaças Veladas
Denúncias feitas por fontes internas sigilosas reveladas pelo BRAZILAN SPACE indicam que o IAE estaria explorando a Lei Geral do Espaço, que dá à Força Aérea Brasileira o poder de autorizar lançamentos de foguetes. Alegadamente, empresas estariam sendo coagidas com ameaças. Empresas do setor relatam que o IAE, através da Chefia da Divisão de Projeto, área responsável pela condução do projeto, têm utilizado sua posição para pressioná-las a incorporar, em seus próprios projetos, as tecnologias previstas no VLM-AT. Caso não aceitem essas exigências, correm o risco de não serem selecionadas para a execução do projeto do VLM-AT e, consequentemente, perderem acesso a esse financiamento.
Ou seja, se as empresas que estão no desenvolvimento de seus próprios foguetes e querem participar do edital do VLM-AT não aceitarem incorporar as tecnologias do VLM-AT em seus projetos, por mais que possam ser incompatíveis, elas poderão sofrer sanções como até o bloqueio de financiamento ou coisas piores
Impactos nos Projetos Paralelos e no Futuro do Programa Espacial
A priorização do VLM-AT já está causando preocupações sobre atrasos em outros projetos essenciais, como o MLBR (Microlançador Brasileiro), o VLN-AKR (Veículo Lançador de Nanossatélites) e o RATO-14X. Esses projetos são considerados estratégicos para o avanço do Brasil como potência espacial, mas enfrentam risco de paralisação devido à concentração de esforços no VLM-AT. Fontes dizem que a Força Aérea não vai deixar nenhum desses projetos decolarem enquanto o VLM não ficar pronto, para não prejudicar a imagem do Instituto de Aeronáutica e Espaço
Lembrando que o projeto do VLN-AKR e o MLBR são foguetes civis desenvolvidos com o financiamento da Agência Espacial Brasileira com a FINEP, e o RATO-14X é um acelerador hipersônico do Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea, IEAv, ou seja, o IAE poderia estar prejudicando projetos que não estão relacionados a FAB e projetos da própria FAB.
Embora o VLM-AT prometa soberania tecnológica e maior independência do Brasil no setor, as denúncias de práticas antiéticas e os desafios financeiros colocam o futuro do programa espacial em um impasse. Como ressaltado pelo Brazilian Space, “Diante desse cenário, a comunidade aeroespacial nacional se vê diante de um dilema: enquanto a autonomia tecnológica é um objetivo legítimo, a forma como está sendo conduzida, além de ilegal e imoral, pode gerar distorções e prejudicar o setor como um todo. O futuro do programa VLM-AT e dos demais projeto citados dependerá, portanto, de como essas questões serão tratadas nos próximos meses e como as autoridades vão coibir esse tipo de prática aindam muito comum no Brasil.”
Por fim agradeço o Rui Botelho e o Duda Falcão pela parceria e desejo sorte e sucesso pro Brazilian Space
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