Dois equipamentos essenciais para testes de resistência e desempenho de componentes aeroespaciais acabam de chegar ao Brasil, marcando um novo avanço no desenvolvimento do ML-BR, o Microlançador Brasileiro. A aquisição foi realizada pela ETSYS, empresa que integra o grupo industrial responsável pelo projeto.
Os equipamentos – um Shaker Eletrodinâmico e uma Câmara Climática – serão utilizados exclusivamente para os testes ambientais do ML-BR, garantindo que todas as peças e sistemas do foguete suportem as condições extremas enfrentadas durante um lançamento.
Simulação de condições reais
Durante o lançamento de um foguete, os componentes enfrentam vibrações violentas e mudanças bruscas de temperatura. Para garantir que tudo funcione perfeitamente, mesmo sob essas condições extremas, é preciso submeter cada parte do veículo a rigorosos testes. É aí que entram os novos equipamentos.
O Shaker Eletrodinâmico simula as vibrações intensas do lançamento, reproduzindo o ambiente dinâmico de um voo espacial. Ele aplica forças mecânicas em peças e sistemas para verificar se há falhas estruturais, problemas de encaixe ou defeitos que poderiam comprometer o funcionamento durante a missão. Esse tipo de ensaio segue padrões internacionais de qualidade, como os da NASA (NASA-STD) e da Agência Espacial Europeia (ECSS).
Já a Câmara Climática permite testar a resistência dos componentes a variações extremas de temperatura, como as que ocorrem entre o interior do foguete, a atmosfera e o ambiente espacial. Ela simula tanto o calor intenso do lançamento quanto o frio extremo do vácuo espacial, permitindo ensaios de ciclagem térmica, estabilização e envelhecimento acelerado.
Fortalecimento da indústria nacional
A instalação desses equipamentos no Brasil representa um passo estratégico na consolidação da indústria espacial brasileira. Além de reduzir a dependência de centros de teste no exterior, a iniciativa viabiliza uma cadeia de desenvolvimento mais ágil, eficiente e com menor custo.
O ML-BR é um projeto brasileiro de microlançador de satélites, voltado principalmente ao mercado de nanosatélites e pequenos satélites. Seu objetivo é oferecer ao país autonomia para colocar cargas úteis em órbita, algo fundamental para aplicações como comunicação, monitoramento ambiental, agricultura de precisão e defesa. Ele faz parte do Edital do Veículo Lançador de Pequeno Porte, VLPP, feito pela FINEP, e deve ser lançado em meados de 2027.
A aquisição dos equipamentos reforça o compromisso do consórcio responsável pelo ML-BR com a excelência técnica e a segurança do veículo lançador, e insere o Brasil entre os poucos países com infraestrutura própria para testes ambientais de sistemas espaciais.
Fonte: Linkedin do projeto ML-BR
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