O Programa Constelação Catarina, uma das iniciativas mais interessantes da Agência Espacial Brasileira (AEB) nos últimos anos acaba de alcançar um marco técnico que posiciona o Brasil na iminência de lançar sua primeira frota de nanossatélites de monitoramento climático. O nanossatélite Catarina-A2, desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), em Santa Catarina, concluiu com sucesso a rigorosa bateria de avaliações de aceitação no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A Certificação para o Espaço
Desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), em Santa Catarina, o modelo de voo do Catarina-A2 (Cubesat 3U, dimensões de 10cm x 10cm x 34cm) demonstrou robustez ao ser aprovado nos testes ambientais e mecânicos no LIT. Tais ensaios simulam as condições extremas do lançamento e do ambiente orbital.

Os testes centrais incluíram:
- Vibração: Garantindo a resistência aos estresses dinâmicos e de aceleração do foguete.
- Termovácuo: O mais crítico, simulando as oscilações de temperatura de -20°C a 50°C, em alto vácuo, validando o sistema de controle térmico essencial para a longevidade em órbita Baixa (LEO).
- Fit-Check: Confirmando a conformidade dimensional para o encaixe seguro no veículo lançador.
A aprovação no INPE consolida a capacidade nacional de realizar o processo completo de Montagem, Integração e Testes (AIT) em solo brasileiro. O próximo passo é a auditoria externa (Acceptance Review – AR) para a certificação final antes do embarque.
Gênese e Propósito da Constelação
O Programa Constelação Catarina nasceu em 2020, concebido como resposta direta à vulnerabilidade exposta por desastres como o Ciclone-Bomba. O objetivo primário, liderado pela AEB, é qualificar a previsão e a emissão de alertas de eventos hidrometeorológicos, contribuindo ativamente para a prevenção de desastres e apoiando os setores de defesa civil e agronegócio.
A frota completa está projetada para ter até 13 nanossatélites.

Estratégia da Frota A e Perspectivas de Lançamento
A fase inicial (Frota A) adota uma estratégia de desenvolvimento paralelo: o Catarina-A2 (SENAI) e o Catarina-A1 (UFSC). Ambos os nanossatélites estão focados na comunicação e retransmissão de dados de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) em terra para estações como a EMMN (Estação Multimissão de Natal).
Com a conclusão dos modelos de voo da Frota A prevista para o primeiro semestre de 2025, a AEB estuda a logística de lançamento. Uma opção em análise é a utilização do foguete HANBIT-Nano, da sul-coreana INNOSPACE, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, (conforme reportagem exclusiva da RFB em 2024, leia).

Alternativas de lançamento como carga útil secundária (rideshare) em vetores internacionais também estão em avaliação, como as missões transporter da SpaceX, ou em uma missão da India.
O sucesso da Constelação Catarina, a partir do marco de certificação do A2, estabelece um precedente tecnológico para a escalabilidade das próximas frotas, transformando a vulnerabilidade climática em uma oportunidade de inovação tecnológica e soberania espacial brasileira.
Veja a publicação oficial do Instituto Senai sobre esse teste:
Boas notícias para Santa Catarina e para o Brasil! 🛰️
Nota oficial do Instituto Senai
O nanossatélite Catarina-A2, desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, completou uma etapa decisiva de sua jornada: as avaliações de aceitação no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE. ☄️
Criada após um ciclone na região sul do Brasil, a Constelação Catarina nasceu com a missão de coletar e transmitir dados meteorológicos para aprimorar o monitoramento de eventos climáticos extremos. O Catarina-A2 é o primeiro satélite desta frota a ficar pronto.
O projeto integra o Programa Constelação Catarina, liderado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e apoiado por instituições como o SENAI/SC, UFSC, MCTI e Defesa Civil.
Cada teste no INPE garante que o satélite esteja preparado para enfrentar as condições extremas do espaço e operar com excelência em órbita.
Entre os principais testes estão:
🛰️fit-check, que verifica se as dimensões e interfaces do satélite seguem as normas estabelecidas;
🛰️vibração, que simula as condições mecânicas durante o lançamento, garantindo que o equipamento vai suportar as condições a que será submetido dentro do foguete;
🛰️termovácuo, que reproduz as condições do espaço, alternando temperaturas de -20°C a 50°C em ambiente de alto vácuo, simulando o ciclo térmico que o satélite enfrentará em órbita.
Concluída essa etapa, o projeto segue para a Acceptance Review (AR), uma avaliação feita por uma banca externa que atesta se o satélite está em condições para ser lançado. Se aprovado, o Catarina-A2 dará o próximo passo rumo ao lançamento e à operação em órbita.
O nanossatélite é pequeno no tamanho, mas gigante no impacto: pode contribuir com setores como agricultura, clima, meio ambiente, energia e cidades inteligentes. 📡
A atuação do SENAI/SC no ecossistema New Space fortalece a inovação brasileira e posiciona Santa Catarina como protagonista de uma nova era tecnológica. 🚀




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