PRÓXIMO PASSO! Projeto Constelação Catarina recebe aprovação técnica

Programa que prevê uma constelação de vários satélites é aprovado para a próxima fase de desenvolvimento

Programa que prevê uma constelação de vários satélites é aprovado para a próxima fase de desenvolvimento

No dia 14 deste mês, especialistas em engenharia espacial revisaram e aprovaram o projeto Constelação Catarina, conjunto de nanossatélites de coleta de dados que será integrado com sistemas já existentes, como o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados (SBCD) e o Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA). O objetivo é auxiliar setores como a agropecuária e a defesa civil.

A revisão de avaliação ocorreu no Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis/SC, onde o projeto é desenvolvido, em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Durante a revisão, presidida por um representante da empresa Visiona, técnicos da AEB, da UFSC e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) puderam atestar a qualidade do design do satélite. A aprovação da Revisão de Design Preliminar (PDR, em inglês) significa que o conceito do satélite atingiu maturidade tecnológica suficiente para prosseguir para a fase de detalhamento.

De acordo com o gerente do projeto Constelação Catarina no SENAI, Augusto De Conto, o aval da banca representa uma conquista para o desenvolvimento de tecnologias espaciais no estado de Santa Catarina. “Isso mostra que o projeto está seguindo na direção correta, pois atesta a capacidade do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados para o desenvolvimento de sistemas satelitais”, comemora.

O coordenador de Satélites e Aplicações da AEB, Rodrigo Leonardi, lembra que esse projeto é uma importante entrega no marco do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) 2022-2031. “A Constelação Catarina se enquadra como um Programa Setorial no contexto deste PNAE. Trata-se de um conjunto de sistemas espaciais que se baseia no uso de nanossatélites para prover serviços de coleta de dados ambientais, atmosféricos e de observação da Terra, com intuito de ajudar gestores públicos e produtores rurais”, explica.

Os sistemas da Constelação Catarina complementam-se por meio do compartilhamento colaborativo de infraestruturas espaciais, de conhecimento, de dados, de serviços e de aplicações espaciais. Mesmo atendendo prioritariamente os setores agropecuário e de defesa civil, suas aplicações podem ser estendidas a outros setores, de maneira a contribuir para a agenda de desenvolvimento socioeconômico sustentável do país.

O que é uma constelação de satélites?

Constelação de satélites é termo que, em sua definição formal, significa: “um grupo de satélites similares que orbitam a Terra de forma sincronizada e otimizada” trabalhando de forma orquestrada para atingir um objetivo comum.

Esse tipo de “constelação”, portanto, pode ser considerado como um conjunto de satélites coordenados e orquestrados por estações em terra, operando em conjunto sob um controle compartilhado, de maneira sincronizada, de forma que cada satélite da constelação complemente a área de cobertura dos demais, sem que um interfira na cobertura do outro de forma indesejada.

Existe um grande número de constelações de satélites atendendo necessidades específicas de cada missão. Geralmente, as constelações são projetadas de tal forma que os satélites têm órbitas similares em termos de excentricidade e inclinação, de tal forma que qualquer perturbação, afeta cada satélite aproximadamente da mesma forma.

Dessa maneira, as características da órbita podem ser usadas para classificar essas constelações atribuindo-lhes nomes. Uma classe de geometria orbital que se tornou popular para elas é a Walker Delta Pattern constellation. Essa classe tem uma notação associada que foi proposta por John Walker.[2]

Por exemplo: a constelação do sistema de navegação Galileo (da Agencia Espacial Europeia) tem a seguinte classificação: “Walker Delta 56°:27/3/1”, significando: 27 satélites em 3 planos, inclinados a 56 graus, espalhados nos 360 graus ao longo do equador.

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.

Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

Fonte: Gov.Br/AEB

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