PROGRAMA CRUZEIRO DO SUL
O Programa Cruzeiro do Sul foi um projeto que previa a construção de uma família de foguetes brasileiros, e seria a continuação do programa VLS, porém o projeto foi cancelado junto do VLS, hoje sendo substituído pelo programa do VLM-VLX-AQUILA
Contexto
O Programa Espacial Brasileiro visa dotar o país com meios próprios de acesso ao espaço e construção de satélites, além das infraestruturas necessárias. No campo dos satélites foram lançados os SCD 1 e 2, constelação CBERS, Amazônia-1 e dezenas de cubesats universitários. Esses satélites foram lançados em veículos estrangeiros. No campo dos foguetes, o Brasil teve sucesso com a série Sonda e com os Veículos Suborbitais – VS, porém ao tentar construir seu lançador orbital, o VLS-1, este falhou em dois testes de voo. Seu terceiro protótipo, o VLS-1 V03, explodiu dias antes do lançamento, na plataforma, matando 21 engenheiros do então CTA (Hoje DCTA), em 2003. Desde então nenhum outro protótipo foi lançado. Em 2005 a Agência Espacial Brasileira anunciou o Programa Cruzeiro do Sul. O objetivo era desenvolver as tecnologias necessárias para lançadores de grande porte de forma gradual, partindo dos motores de combustível sólido, já dominados pelos engenheiros brasileiros, para motores de combustível líquido, que serão baseados em design russo.
Foguetes
VLS Alfa
O VLS Alfa seria o primeiro foguete a ser desenvolvido no âmbito da proposta do Programa Cruzeiro do Sul. Sendo uma modificação direta do projeto original do VLS-1, porém substituiria seus quarto e quinto estágios por um único motor de combustível líquido, com 7.500 quilogramas de empuxo, alimentados por etanol e oxigênio líquidos. Poderia lançar cargas na faixa de 200 a 400 quilogramas em órbitas equatoriais de até 750 quilômetros de altitude.
Ele teria a seguinte configuração de motores:
- Primeiro Estágio – 4 motores S-43
- IMPUXO – 303kN
- Combustível Sólido
- 59 Segundos de Queima
- Segundo Estágio – 1 Motor S-43M
- IMPUXO – 320kN
- Combustível Sólido
- 59 Segundos de Queima
- Terceiro Estágio – 1 Motor L-75
- IMPUXO – 208kN
- Combustível Líquido (Etanol e Oxigênio – Etalox)
- 59 Segundos de Queima
VLS Beta
Seria uma variante do foguete VLS, proposto pelo Programa Cruzeiro do Sul, constituído de três estágios, sem propulsores auxiliares. O primeiro estágio seria um propulsor de combustível sólido de 40 toneladas, o segundo teria um motor de 30 toneladas de empuxo e o último teria 7,5 toneladas de empuxo, com a mesma mistura “ETALOX“. Ele teria capacidade para lançar satélites de até 800 quilogramas em órbita terrestre baixa de até 800 quilômetros de altitude.
- Primeiro Estágio – 1 Motor P-50
- Combustível Sólido
- Segundo Estágio – 1 Motor L-300
- Combustível Liquido
- Terceiro Estágio – 1 Motor L-75
- Combustível Líquido
VLS Gama
Esta lançador seria uma variante baseada no VLS Beta, constituído de três estágios, todos de combustível líquido. O primeiro teria empuxo de 150 toneladas e o segundo e terceiro usaria os mesmos motores dos estágios superiores do VLS Beta, com quantidades maiores de combustível. O mesmo seria destinado a missões de cargas úteis de cerca de uma tonelada em órbitas heliossíncronas e polares de até 800 quilômetros de altitude e 900Kg para orbita de transferência geoestacionária. Ele seria um veículo de lançamento intermediário sendo o foguete do meio dentre os que constituiriam a família do Programa Cruzeiro do Sul.
- Primeiro Estágio – 1 Motor L-1500
- Combustível Líquido
- Segundo Estágio – 1 Motor L-300
- Combustível Liquido
- Terceiro Estágio – 1 Motor L-75
- Combustível Líquido
VLS Delta
Esta lançador seria uma variante baseada no VLS Gama que utilizaria a configuração dele, mas com a adição de um par de propulsores auxiliares de combustível líquido, com 40 toneladas cada. Com capacidade de lançamento para cargas de cerca de dois mil quilogramas em órbitas de transferência geoestacionária.
- Primeiro Estágio – 1 Motor L-1500 e 2 Motores P-40 como Boosters laterais
- Combustível Líquido e Sólido
- Segundo Estágio – 1 Motor L-300
- Combustível Liquido
- Terceiro Estágio – 1 Motor L-75
- Combustível Líquido
VLS Epsilon
Último dos foguetes do programa, seria uma variante do VLS Delta com propulsores auxiliares de combustível líquido, derivados diretamente de seu motor do primeiro estágio. Ele seria voltado para missões geoestacionárias, com capacidade de lançamento para cargas úteis de grande porte, com cerca de quatro mil quilogramas em órbita de transferência geoestacionária.
- Primeiro Estágio – 3 Motor L-1500, sendo o estágio central maior com mais combustível e dois laterais com menos combustível
- Combustível Líquido
- Segundo Estágio – 1 Motor L-300
- Combustível Liquido
- Terceiro Estágio – 1 Motor L-75
- Combustível Líquido
Cancelamento e Substitutos
Reformulação do Programa Cruzeiro do Sul
Com o cancelamento do programa do VLS em 2016, o VLM foi criado para prosseguir com o projeto, porém ainda existiam planos de se prosseguir com o programa fazendo algumas alterações
Com essas alterações o VLM seria o lançador de pequeno porte e existiram outros foguetes com parcerias com outros países, inclusive com motores italianos que hoje são os que equipam o primeiro estágio do foguete VEGA e os boosters laterais do Ariane 6, operados pela Ariane Space
Cancelamento Definitivo do Programa
Esse programa em fim foi cancelado de vez sendo atualmente substituído totalmente pelo VLM, que utiliza motores Brasileiros e suas versões futuras chamadas VLX, ou Aquila 1 e Aquila 1E
VLM
Um veículo lançador de pequeno porte para orbita baixa com 3 estágios, sendo 2 motores S-50, um otimizado para nível do mar e o outros para o vácuo do espaço, e um estágio superior (Também chamado de estágio satelitizador ou upperstage) que utiliza o motor S-44, todos motores a base de combustível sólido
Aquila 1
Se baseia totalmente no VLM porém com um estágio superior com um motor L-25 de combustível liquido baseado na mistura ETALOX, etanol e oxigênio liquido
Aquila 1e
Semelhante ao Aquila 1, o Aquila 1e tem um primeiro estágio com 3 motores S50, porém com os mesmos segundo e terceiro estágios
além disso tudo, no site oficial do INPE, o VLS-Alpha e o VLS-Beta continuam aparecendo como foguetes em desenvolvimento, mesmo não existindo mais nenhuma confirmação oficial de que esteja realmente em desenvolvimento
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