O foguete Sonda I foi um foguete simples de dois estágios, com massa de decolagem de 59 kg, especificado pelo Grupo Executivo de Trabalhos de Estudos de Projetos Espaciais (GETEPE), este que, futuramente, iria se transformar no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) que conhecemos hoje, e encomendado à Avibrás Aeroespacial, de São José dos Campos. Seu apogeu era de 65 km, com uma capacidade para carga útil de 4 kg . Ao todo, foram lançados cerca de 225 desses foguetes, entre 1967, data do voo do primeiro protótipo, e 1977.
Embora diversas tecnologias tenham sido desenvolvidas no Brasil para viabilizar o Sonda I, merece citação particular o domínio da tecnologia para produção de tubos de alumínio sem costura, resultado do envolvimento da Termomecânica SÃO PAULO S.A. Essa tecnologia foi desenvolvida não apenas para a confecção do envoltório dos propulsores dos Sonda I, como também para os foguetes SBAT (sigla para Sistema Brasileiro Ar-Terra), lançados de aviões militares e, posteriormente, empregada na confecção de guias de válvulas de motores de combustão interna. Estima-se que a economia de divisas propiciada pela substituição de importação desse tipo de tubo tenha sido superior ao total de recursos aplicados no Programa Espacial Brasileiro (PEB) até 1992, época em que a estimativa foi feita.
Apesar do Sonda I não ter conseguido alcançar a posição de foguete operacional, pode-se dizer, entretanto, que foi ele o primeiro passo da busca tecnológica para os outros desenvolvimentos. Foi o Sonda I que propiciou os primeiros contatos com a indústria de compostos químicos, de tubos e artefatos que hoje são comuns nos foguetes que estão sendo fabricados. Além do mais, o uso de foguetes para fins exclusivamente meteorológicos foi escasseando. Os cientistas passaram a dar mais atenção às informações geradas pelos satélites, em detrimento do uso de foguetes. Tanto é verdade que, em fins de 1978, foi lançado o último foguete dentro do Projeto EXAMETNET (Experimental Inter-American Meteorological Rocket Network).
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